Prova de Amizade - Por Martha Medeiros

Assim como a Martha Medeiros, nunca estive numa saia justa como essa, mas, ontem, estávamos eu e umas amigas reunidas e entramos nessa discussão. Contar ou não contar? A crônica da Martha explica melhor sobre o que estávamos falando, mas vou deixar clara a minha posição aqui... No meu espaço: Depende!!! Acho um horror gente que fica em cima do muro, mas nesse caso, o meu ‘depende’ não significa isso, gente. Falo ‘depende’, porque depende mesmo de muitas coisas, inclusive da relação de amizade que tenho com a pessoa traída. Ninguém gosta de ser enganada, ninguém fica feliz quando descobre que uma amiga fala de você por trás, ninguém se sente confortável em mentir ou mesmo omitir um fato justamente pra alguém que tanto gosta. Mas conheço casos em que a amizade acabou por tanta sinceridade. Ora bolas, se alguém pede sinceridade, o que pode-se esperar além da verdade? Rsss! Sempre pensei o seguinte: A verdade deixa tudo mais leve, mas também pode minar uma relação, seja ela qual for e algumas coisas podem perfeitamente ficar guardadas. Agora, me desculpem os maridos e namorados das minhas grandes amigas, porque nesse caso... Eu conto! E por acaso ‘ele’ tem o direito de ficar chateado por eu optar em contar a verdade para minha grande amiga? Afinal de contas, nunca perdoaria uma grande amiga por não me contar a verdade num caso como esse... Eu prefiro saber por ela. Mesmo sabendo que em briga de marido e mulher não se mete a colher, se essa mulher for minha grande amiga, eu conto, sim! Caso não queiram saber: me avisem logo... rss!


Prova de Amizade

Por Martha Medeiros


A amizade feminina sempre gerou controvérsias. Tem gente que acha que mulher é mais fiel do que o homem em tudo, inclusive em relação às amigas. E há os que acreditam que não existe amizade feminina, que elas são o que pode-se chamar de inimigas íntimas. É uma discussão antiga que até hoje permanece inconclusa. Somos amigas ou concorrentes? Qual é a maior prova de amizade que uma amiga pode dar? Muitas respondem: não esconder nada, nem mesmo se vir o marido da amiga com outra. Tem que contar.

Mas não conto. Nunca testemunhei um adultério, mas se vir, não conto. E é por deixar clara essa minha posição que muitas amigas me olham enviesado, questionando minha amizade. Sorry, gurias, não conto.


Você está num restaurante badalado e encontra o marido da sua melhor amiga num papo animado com uma morena decotada até o umbigo. Não conto. Se ele escolheu um local tão freqüentado, não deve ter nada a esconder, é uma cliente, uma cunhada, a irmã dele que mora em Minas. Mas e se ele escolheu este restaurante justamente para não levantar suspeitas? Sou péssima em charadas. Não conto e fim.

Você pára num boteco de estrada para dar um telefonema quando dá de cara com o namorado da sua amiga no maior amasso com a garçonete. Não conto. E se ele terminou com sua amiga ontem à noite e você não ficou sabendo? E se essa for a verdadeira esposa dele e sua amiga é que é a outra? E se for um irmão gêmeo? Não conto.

Você está parada no sinal quando vê o carro do marido da sua melhor amiga saindo de um motel. Você conhece a marca, você sabe a placa, o carro é dele. Nem um pio. E se ele estiver com a própria? Ou com um homem? Não sou louca de meter a mão nessa cambuca.

Você está numa festa quando lhe apresentam Bia, 13 anos, fruto de um caso extraconjugal do marido da sua prima, que no altar jurou odiar crianças e a fez aposentar a idéia de ser mãe. É um cretino, mas não conto. E se sua prima sabe de tudo e não quer comentários? E se for calúnia? Fizeram teste de DNA? Então não conto.

Seu marido chega alegrinho do bar e dá o serviço: conta todas as sacanagens que o melhor amigo dela apronta, cuja vítima é sua grande amiga de infância. Você trai a confiança do seu marido e conta tudo pra ela? Não conto. E se i cara estava blefando e o seu marido, alcoolizado, não percebeu? E se foram só casos passageiros e ele for apaixonado de verdade por sua amiga? E se ela também não for santa? Boquinha fechada.

Qual o castigo que eu mereço? Também não me contem nada.


Texto: Martha Medeiros
Livro: TREM-BALA

Beijos a todos,

Meg
Às 14h30min

Um comentário:

Anônimo disse...

é impressionante como mesmo colocando uma cronica de outra autoria, até a sua introdução fica tao gostosa de se ler.meg vc nasceu para escrever,tem a profissao correta,mais o seu bom humor nos textos é muito interessante e o teu diferencial.essa cronica poderia perfeitamente ter sido escrita por vc.vc é 1000! continue assim,mais escreva mais para nós ta? bjks, Simone Vargas