Eu sou quem eu quero ser!



Sou gente... Humana, ciumenta, geniosa e jamais consegui me livrar do meu maior defeito: a falta de paciência. Aliás, ele me persegue há anos e ainda vamos envelhecer juntos (rss). Sou teimosa, ops!, muito, manhosa, medrosa, avessa a aventuras, curiosa, moleca, sento de qualquer maneira e não tenho modos quando uso saia, por isso quase sempre estou de calça (rss). Sou dramática ao quadrado (rss)... Não conto nada sem olhar nos olhos e descrever cada detalhe da história.

Mas jamais permito que meus erros me impeçam de continuar olhando pra frente com perseverança e determinação, mesmo tropeçando e errando, vou seguir o caminho que tenho que trilhar. Tampouco quero ser comum ou morna. Sei que estou longe da perfeição. Mas a cada dia que passa, me aproximo cada vez mais do perdão.

Sou e quero ser simplesmente eu, assim, exatamente como eu sou. O grande barato da vida é saber que ninguém é igual a ninguém. E que as diferenças nos fazem crescer e amadurecer, porque nada é mais intrigante do que a convivência. E quem divide o teto com uma outra pessoa sabe bem o valor que o peso da convivência tem. Conviver é aprender a ceder, a ouvir, a calar,
é ser generoso com o outro, mesmo em dias de mau humor. A nossa vida só é tecida assim...
Com erros, acertos, perdas, ganhos. Viver é aprender a conviver. É se emocionar, vibrar com uma vitória, ainda que seja, alheia, celebrar cada momento. Definitivamente, não existe nada mais precioso do que viver, ops!, aprender a conviver.

Prefiro não remoer nada. Mas também não jogo nada pra debaixo do tapete. Problema a gente encara de frente. Mas aprendi a deixar o passado num lugar de onde jamais ele pode sair.
Passei minha vida toda guardando tudo... Cartas do primeiro amor, segredos confessos no diário da adolescência, escritos que jamais saíram do rascunho, fotos em que fiquei tão feia que não poderia nem mesmo mostrar a uma criança (rss)... E guardava tudo isso como um pirata guarda seu próprio tesouro. Mas hoje não guardo mais nada (rss). Finalmente, aprendi que o passado é uma ferida mal curada. E, depois disso, nunca mais chorei por ele. Deixei de espirrar por cheiros de coisas velhas e sensanções antigas.

Sou um tanto explosiva, mas depois que tudo sai, volto a respirar suavemente... E meu coração se aquieta. Permito-me ficar triste, respeito os meus dias de lágrimas, porque o luto também é importante... E cada um tem o seu ‘time’. A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional... E não vale a pena permanecer nele.

Adoro rir. Adoro chorar, aliás, sou uma chorona assumida, daquelas que choram até em comercial de margarina (rss). Não abro mão de dizer ‘eu te amo’ a nenhum amigo, porque se amo, ele tem que saber disso. Já dei valor a paixão avassaladora, mas quando ela vai embora
dói demais e, por isso, optei por esperar o amor chegar. Mas confesso que a sensação de estar apaixonada é uma das melhores da vida... Um frio na barriga, as pernas bambas, o coração disparado, um nó na garganta... É viver sentimentos que nunca serão encontrados na superfície... Mas enquanto o amor não vem, prefiro não mergulhar.

Não quero mais achar que sei tudo, mas também não quero esquecer o que já aprendi. Quero buscar o equilíbrio entre o bem e o mal... Entre a razão e a emoção. Quero manter a minha alegria, o coração grande e os meus ombros sempre disponíveis para os que precisarem... Essa é a melhor parte de mim. E dela eu não abro mão por nada nesse mundo.

Viver é uma grande lição... Uma eterna escola. E quero errar quantas vezes forem necessárias.
E quero perdoar quantas vezes alguém precisar do meu perdão. O fim nem sempre é o final. A vida nem sempre é real. A roda nem sempre é gigante. O certo nem sempre é o certo. Tudo é relativo. Tudo é provisório. Tudo é passageiro. Mas quero colecionar experiências. E contar muitas histórias.

Ser humano é tudo igual. Quem nunca se sentiu sozinha em meio a mil pessoas? Quem nunca sorriu olhando para o arco-íris? Quem nunca fez juras eternas? Quem nunca pensou em fugir
de casa na adolescência? Quem nunca entrou num avião achando que não fosse sair viva? Quem nunca viajou sem destino certo? Quem nunca atravessou o oceano pra encontrar alguém especial? Quem nunca pensou que a dor do amor perdido nunca fosse passar? Quem nunca desejou ser um pássaro, ou mesmo um homem invisível? Quem nunca disse ‘nunca mais’ e voltou a dizer?

Quem nunca sentiu medo de perder os pais? Quem nunca mentiu? Quem nunca falou a verdade mesmo sendo difícil? Quem nunca desejou mudar o mundo? Quem nunca chorou quando um amigo partiu? Quem nunca sonhou com a cara e a coragem de correr mundo a fora? Quem nunca sentiu muita raiva de alguém e depois passou? Quem nunca queimou o cabelo brincando com vela (eu já queimei brincando de ser repórter rss)? Quem nunca tocou a campainha e correu? Quem nunca ligou apenas pra ouvir a voz de alguém? Quem nunca perdoou um erro imperdoável? Quem nunca caiu na rua e morreu de vergonha? Quem nunca riu vendo alguém cair na rua?

A vida é assim mesmo... Um ir e vir sem razão. E é isso que eu quero, continuar vivendo e contando isso aqui. Sou o resultado do que vivi e aprendi ao longo dos anos. Tenho a alma livre de qualquer tipo de preconceito. Mas tenho lá as minhas caretices, minhas crenças e manias que nunca vão deixar de fazer parte do meu cotidiano. Vou morrer querendo ter tido mãe, apesar de saber que ela não pode voltar. Queria ao menos ter tido uma irmã, mas fui ter logo quatro irmãos. Sou uma louca da cabeça boa (rss). E de perto ninguém é normal. Cada um esconde e demonstra a sua loucura de um jeito ou de outro.

Hoje, aos 35 anos, sou uma solteira assumida e feliz assim. Se o futuro vai me cobrar por essa escolha, só mesmo ele guarda essa resposta. Mas meu coração não está fechado, digamos, entre aberto (rss). Só sei dizer que prefiro os homens de 40, mas depois dos meus 30 anos, nunca mais um homem mais velho se interessou por mim (rss). Então, não critico mais a atriz Suzana Vieira, porque não é culpa dela, é mesmo panela velha que faz comida boa (rss).

Já dormi pedindo a Deus pra acordar mais meiga, com a voz mais doce e menos autoritária... E acordei a mesma (rss). Depois disso, aprendi que aceitar os outros e a nós mesmos como somos, é a maior prova de maturidade que a vida pode nos dar. Tenho lá os meus arrependimentos, já que algumas coisas eu poderia perfeitamente ter dispensado, mas já foi e não me envergonho dos meus erros. Porque cada um carrega a conseqüência dos seus próprios erros. Tenho ainda muito que melhorar... Muito pra aprender... Muita pedra pra quebrar.

O tempo não para, já dizia o poeta. A vida tem pressa... Mas há um tempo determinado para todas as coisas. E por algumas coisas só nos resta esperar. Ser feliz é uma escolha... Demorou... Mas escolhi ser feliz!!!

Beijos a todos!

Meg
Rio, 23/04/09
Às 1h:10min